mais paciência, menos pressa.

Baseado no artigo Quiet Compounding de Morgan Housel.

Link com o artigo original: https://collabfund.com/blog/quiet-compounding/

Gosto muito de ler o que Morgan Housel escreve. Nada muito complexo, porém extremamente perspicaz. Muitas vezes, simples, “óbvio”. Porém, como dizem, o “óbvio” também precisa ser dito. 

Em um de seus mais recentes artigos, “Quiet Compounding” (link do artigo original acima), Morgan fala sobre maravilhas que crescem silenciosamente no universo – montanhas imponentes, organismos avançados – e sobre quão importante é saber dar tempo ao tempo e ter paciência para acompanhar e se beneficiar desses movimentos. 

Assim como na natureza, Morgan cita a relevância de dar tempo ao tempo para o dinheiro se multiplicar e lembra que os melhores resultados surgem com o tempo, ao longo de algumas décadas. Isso parece um tanto óbvio, não parece? Talvez. É fácil escrever e falar, porém nem tão fácil de fazer.

Outro ponto comentado pelo autor é sobre a importância da personalização, especialmente com relação ao dinheiro, aos investimentos. Tentar “performar” pensando nos outros ou fazer algo porque os outros estão fazendo (FOMO) não são boas escolhas quando pensamos em composição de patrimônio financeiro. Na maioria das vezes, o que é importante para o outro pode não ser importante para você e vice-versa. Mais uma vez, talvez seja fácil escrever e falar, porém nem tão fácil de fazer. 

Morgan diz que prefere ver o dinheiro como uma ferramenta para viver uma vida melhor ao invés de vê-lo como um parâmetro social de comparação com outras pessoas. Segundo ele, essa forma de pensar sobre dinheiro leva a uma vida mais feliz.

O autor prioriza quatro formas de pensar sobre o acúmulo de capital financeiro:

  1. Nas redes sociais, sempre haverá alguém ficando mais rico mais rápido do que você. É uma comparação inútil. É mais válido dar importância a comparações internas do que externas e, além disso, pensar se o que está fazendo e como está fazendo é o que realmente importa para você e sua família.
  1. Personalização: muitos erros financeiros vêm de tentar fazer o que os outros estão fazendo em detrimento de fazer o que efetivamente faz sentido pra você. Nesse sentido, o autor cita uma frase de Christopher Moley: “só existe um tipo de sucesso: ser capaz de aproveitar a sua vida da sua própria maneira.”
  1. Use o dinheiro não para impressionar os outros, mas, sim, para melhorar a sua vida e da sua família.
  1. Focar no longo prazo: ao se comparar com outras pessoas e tomar como benchmarks formas de pensar e agir que fazem mais sentido para os outros, você acaba caindo nas armadilhas do curto prazo. É necessário saber enfrentar os pequenos danos do curto prazo para conquistar algo maior e mais sustentável no longo prazo. 

Morgan Housel: “You’re not in a hurry, yet everything is accomplished.”

Por Maurício Cardoso, CFP®

Florianópolis, 24 de junho de 2024.